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Grandes Nomes do Espiritismo

Zé Grosso

José da Silva, no ano de 1932 o Estado do Ceará foi açoitado por uma das piores secas da sua história. Não bastassem as convulsões políticas e sociais vividas pelo país, o nordeste brasileiro se horrorizava com a ousadia de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, figura que assombrou os sertões até 1938, ano de sua morte. Atuou em sete Estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, R.G. do Norte e Sergipe, no mesmo palco onde, por volta de 1897, "O Conselheiro" Antonio Vicente Mendes Maciel, confrontando a República, afirmava que a terra era de Deus, portanto, ninguém deveria pagar impostos para viver. Como resposta, o Exército Brasileiro assassinou seus seguidores; mulheres, crianças e idosos como exemplo para todos os demais revoltosos.

Uma nova rebelião naquela região, agora comandada por Lampião, reunia homens com caráter sanguinário muito semelhante ao do chefe, cumprindo como grupo uma infeliz sina nessa romagem terrena.

É nesse cenário histórico que a vida de Lampião e de Zé Grosso se cruzam. No ano de 1896, num lugarejo pobre, próximo do Crato, nascia José da Silva, posteriormente conhecido como José Grosso, filho de Jerônimo e Francisca, pais de outros oito filhos.

José Grosso e seu irmão Palminha conheciam homeopatia e vez por outra auxiliavam na cura de cangaceiros doentes e feridos. Quando Lampião precisava de cuidados médicos para algum componente do bando, mandava dois cangaceiros à frente para avisá-lo que chegariam em breve. Por não concordar com as atitudes criminosas do bando, pois feriam seus princípios de homem justo e bom, Zé Grosso começou a adotar uma atitude perigosa: avisava a população que o bando estava chegando. As pessoas, assim que avisadas, escondiam seus bens ou saiam da cidade.

José Grosso sonhava, como todos os sertanejos nordestinos de sua época, com uma terra de paz, sem fome ou miséria, onde a justiça ampararia os mais pobres e necessitados. Por imposição dos integrantes do grupo, algumas vezes Jose Grosso acompanhou Lampião em suas investidas, como em uma passagem pela região de Orós, hoje um município do Estado do Ceará.

Sem intenção de delatar o bando às autoridades, passou a alertar a população dos locais onde Lampião tencionava invadir, impedindo assim que muitas pessoas fossem violentadas ou assassinadas na onda de fúria insana do cangaceiro e seus sequazes.

Denunciado, Zé Grosso foi levado à presença de Virgulino que presidiu o julgamento e a condenação realizada pelo seu júri pessoal: Zé Grosso teve seus olhos perfurados à faca, como represália pela traição.

Zé Grosso, cego, foi abandonado à própria sorte. Vagando desorientado naquelas brenhas sertanejas, não demorou para ser acometido por infecção generalizada. Picado por uma cobra, desencarnou em 1936, aos quarenta anos de idade.

Acordando no plano espiritual, tinha a seu lado o espírito de Scheilla e de Joseph Gleber, antigos amigos cujos vínculos desde à Germânia. Doze anos depois, os espíritos Scheilla e Joseph Gleber levaram o espírito de José da Silva para o núcleo que se reunia na casa de Jair Soares. Lá ele se manifestou pela primeira vez.

Em 1949, em suas primeiras comunicações, dizia ser “folha caída dos ventos do Norte”. Também levado por Scheilla e Joseph começou a se manifestar no Grupo Espírita André Luiz, no Rio de Janeiro, através de alguns médiuns, principalmente do conhecido Peixotinho, médium de efeitos físicos e materializações luminosas. José Grosso iniciou sua caminhada no plano espiritual junto ao espírito de Glacus. Por longos anos esteve sob orientação de Scheilla, trabalhando em dedicado e operoso núcleo espírita de Belo Horizonte.

Desde então o Espírito José Grosso vem cooperando em reuniões de efeitos físicos e também junto a vários movimentos espíritas integrando as hostes espirituais onde transitam outros espíritos benfazejos que viveram no sofrido.

Fontes:
http://personagensdoespiritismo.blogspot.com/2013/12/jose-grosso.html https://feig.org.br/2018/07/04/jose-grosso/

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