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Grandes Nomes do Espiritismo

Camilo Castelo Branco

Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco nasceu em Lisboa em 16 de Março de 1825. Foi escritor; romancista; cronista; crítico; dramaturgo; historiador; poeta e tradutor. Foi ainda o 1.º visconde de Correia Botelho, título concedido por o rei D. Luís de Portugal.

É considerado um dos escritores mais prolíferos e marcantes da literatura portuguesa contemporânea. Teve vida atribulada, passional e impulsiva, uma vida tipicamente romântica que serviu de inspiração para seus escritos.

De uma família da aristocracia de província, era filho de Manuel Joaquim Botelho Castelo Branco, que teve vida errante e envolvimento amoroso com Jacinta Rosa do Espírito Santo Ferreira, com quem teve dois filhos. Camilo foi registrado por seu pai em 1829, como "filho de mãe incógnita".

Ficou órfão de mãe com um ano de idade e de pai aos dez, fatos que lhe definiram um carácter de eterno insatisfeito com a vida. Órfão de pais, foi acolhido por uma tia e depois por uma irmã mais velha, recebendo educação irregular.

Com apenas dezesseis anos, casa-se com Joaquina Pereira de França. O casamento precoce, resultado de uma paixão juvenil, não resistiu. Em 1843, ao nascer sua filha Rosa, Camilo ingressa na Universidade e deixa mulher e filha.

De carácter instável, irrequieto e irreverente, passa por vários amores tumultuosos. Não conclui o curso de Medicina e tenta Direito, que também não dá certo. Em 1846 apaixona-se pela jovem Patrícia Emília de Barros e foge com ela para Porto, sendo perseguido pela justiça devido a queixa feita pelos parentes da moça. Em 1847 morre a esposa, Joaquina Pereira e a partir de 1848 entrega-se a uma vida de boemia e paixões, repartindo seu tempo entre os cafés e os salões, dedicando-se, de corpo e alma, ao jornalismo.

Rosa, sua filha legítima, morre nesse mesmo ano e nasce uma outra filha, Bernardina Amélia, fruto da relação com Patrícia Emília. Em 1850 instala-se durante algum tempo em Lisboa e passa a viver exclusivamente da atividade literária. Nessa época, conhece Ana Plácida, noiva de Manuel Pinheiro Alves. Apesar de apaixonado por ela, envolve-se com uma freira, Isabel Cândida Vaz Mourão e decide inscrever-se como
seminarista, porém logo abandona o curso de Teologia. Nos anos seguintes funda dois jornais de carácter religioso, O Cristianismo (1852) e A Cruz (1853) e continua a colaborar com vários outros, em ocasiões distintas.

Em 1857, transfere-se para Viana do Castelo, como redator do jornal “A Aurora do Lima”. Ana Plácido vai também para lá, a pretexto de apoiar uma irmã doente e a ligação entre os dois torna-se pública. O escândalo cria-lhe dificuldades com vários jornais em que colaborava. Talvez por isso publica o jornal “O Mundo Elegante”, em 1858. Ainda nesse ano, sob proposta de Alexandre Herculano, é eleito sócio da Academia Real das Ciências. No ano seguinte, Camilo e Ana Plácido passam a viver juntos e mudando constantemente de endereço para fugir à justiça. Em 1859 nasce o filho Manuel Plácido. Após queixa de Manuel Pinheiro Alves contra a mulher e o amante, Ana Plácida é presa em Junho de 1860 e Camilo, após fugir por algum tempo, entrega-se em Outubro, ficando detido na cadeia da Relação do Porto, foi visitado pelo próprio rei D. Pedro V. Finalmente, em Outubro de 1861 os dois são absolvidos pelo juiz que, curiosamente, é pai de outra grande figura das letras: Eça de Queirós.

Em 1863, nasce o segundo filho do casal, Jorge. Com a morte de Manuel Pinheiro Alves, o marido de Ana Plácido, Manuel Plácido, legalmente seu filho, herda a casa de São Miguel de Ceide. No ano seguinte, já instalados em São Miguel de Ceide, nasce o terceiro filho, Nuno. Com uma família tão numerosa para sustentar, Camilo desenvolve intensa atividade literária, ganhando notoriedade pública como escritor.

Em 1870, por problemas de saúde, muda-se para Vila do Conde aí se mantendo até 1871. Ia regularmente à Póvoa de Varzim entre 1873 e 1890, perdendo-se no jogo e escrevendo parte da sua obra no antigo Hotel Luso-Brazileiro, reunindo-se com personalidades de notoriedade intelectual e social, como o pai de Eça de Queirós, José Maria d'Almeida Teixeira de Queirós, magistrado e par do reino, o poeta e dramaturgo Francisco Gomes de Amorim, Almeida Garrett, Alexandre Herculano, António Feliciano de Castilho, entre outros. Sempre que vinha à Póvoa, convivia regularmente com o Visconde de Azevedo no Solar dos Carneiros.

A 17 de Setembro de 1877, morre seu filho do primeiro casamento, Manuel Plácido, de 19 anos. Em 1885 Camilo recebeu o título de Visconde de Correia Botelho e posteriormente, em 9 de Março de 1888, casa-se finalmente com Ana Plácido. Passa os últimos anos de sua vida ao lado de Ana Plácido, não encontrando, porém, a estabilidade emocional que ansiava. As dificuldades financeiras e os filhos dão-lhe enormes preocupações: considera Nuno irresponsável e Jorge sofre de doença mental.

A progressiva e crescente cegueira (causada pela sífilis), impede Camilo de ler e trabalhar, mergulhando-o em desespero. Após o diagnóstico do oftalmologista confirmando a gravidade do caso, em desespero atroz, desfere um tiro de revólver na têmpora direita, às 15h15 do dia 1º de Junho de 1890.

Através da psicografia de Yvonne do Amaral Pereira, escreveu “Memórias de um suicida”, verdadeiro marco da literatura espírita brasileira. Yvonne foi contemporânea de Camilo, em Portugal e também foi suicida naquela vida. Essa condição foi essencial para que repassasse aos leitores exatamente o que Camilo desejava expressar. “Memórias de um Suicida” é considerado o livro mais importante sobre o assunto, tanto pelas informações que contém quanto por ter evitado que muitas pessoas cometessem desse ato de desespero. Foi também responsável pela criação do “Centro de Valorização da Vida” – conhecido como “CVV”, criado em 1962 a partir de sua leitura. O CVV atua em todo o Brasil, até hoje, e já preveniu inúmeros suicídios.

Obras Relacionadas

Fontes:
https://www.portalsaofrancisco.com.br/biografias/camilo-castelo-branco https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/06/Camilo-Castelo-Branco.pdf https://pt.wikipedia.org/wiki/Mem%C3%B3rias_de_um_Suicida http://memoriadoespiritismo.blogspot.com/2011/07/yvone-pereira-e-camilo-castelo-branco.ht

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