Grandes Nomes do Espiritismo
José Pedro de Freitas (Zé Arigó)
José Pedro de Freitas, um dos oito filhos de um sitiante, nasceu em 18 de outubro de 1921. Apesar de uma infância normal, afirmava ter sido perseguido por uma luz muito brilhante que quase o cegava. Depois começou a ouvir uma voz que falava uma língua estrangeira. Com 25 anos, casou-se com Arlete André, sua prima de 4º grau e deixou a casa paterna, indo trabalhar numa mina de ferro. Enquanto os filhos chegavam, Arigó começou a ter pesadelos e fortes dores de cabeça. Nos sonhos, ouvia a mesma voz gutural, num idioma que não entendia. Certa noite, num sonho nítido, viu-se numa sala de cirurgia, entre médicos e enfermeiras, usando trajes antigos, reunidos em torno de um paciente. Quem dirigia a operação era um homem robusto e calvo, cuja voz era muito familiar a Arigó. Noite após noite, repetiu-se o mesmo sonho e, depois de algum tempo, a figura central desse pesadelo se apresentou como o Dr. Adolpho Fritz, médico alemão desencarnado durante a 1ª Guerra Mundial. Disse a Arigó que o escolhera como médium para levar a cabo sua obra. Outros espíritos, também médicos, o ajudariam. Arigó deveria dedicar-se à tarefa de curar os enfermos e aflitos. Acordando assustado, Arigó saiu correndo para a rua, aos gritos, nu em pelo. Os parentes e vizinhos o levaram para casa, vendo-o chorar copiosamente. Após vários exames, os médicos constataram que tudo estava normal. Os pesadelos e as dores de cabeça, porém, continuavam. O pároco da cidade fez sessões de exorcismo, sem obter resultado algum. Pressionado, Arigó resolveu atender os pedidos feitos em sonho pelo médico alemão. Ao encontrar um amigo aleijado, Arigó de repente gritou: - Já é tempo de você largar estas muletas!!. E arrancando-as, ordenou ao homem que caminhasse, o que ele fez e continuou a fazer perfeitamente deste dia em diante. Nessa mesma ocasião, o senador Lúcio Bittencourt estava fazendo campanha naquele distrito tentando a reeleição. Pouco antes, os médicos haviam diagnosticado nele um câncer pulmonar e aconselharam operar imediatamente, de preferência nos Estados Unidos. Tinham, na verdade, pouca esperança de êxito na operação. Lucio resolveu adiar a cirurgia para depois da campanha eleitoral. Quando foi a Congonhas do Campo, conheceu Arigó e, impressionado com o seu magnetismo, convidou-o para participar de um comício em Belo Horizonte, ficando hospedados no mesmo hotel. Mais tarde, Lúcio Bittencourt estendeu-se na cama, pensativo e preocupado com sua moléstia. Viu a porta do quarto abrir-se vagarosamente e um vulto entrou no quarto a acendeu a luz. Era Arigó, de pé, imóvel, com uma navalha aberta na mão. Estarrecido, o senador tentou se sentar, mas uma estranha fraqueza dominou-o e ele caiu deitado de costas. Tudo se tornou confuso e afinal escureceu de todo. Na manhã seguinte, ao acordar, verificou que o paletó de seu pijama estava rasgado nas costas e coberto de sangue já coagulado. O câncer fora removido e, como se confirmou mais tarde, o senador ficou completamente curado. Apesar da perseguição da Igreja e das autoridades, Arigó fundou uma clínica, onde tratava gratuitamente até duzentas pessoas por dia. Dois cientistas norte-americanos (Dr. Puahrich e Dr. Belk) vieram especialmente estudar e testar o fenômeno Arigó, acompanhados de dois interpretes da Universidade do Rio de Janeiro. Jorge Rizzini, pesquisador espirita, se ofereceu para filmar qualquer coisa que os americanos julgassem ser uma prova conclusiva. O Dr. Puahrich era portador de um tumor não maligno, um lipoma, há mais de sete anos, dentro do cotovelo esquerdo, que, apesar de indolor, incomodava um tanto. Uma cirurgia normal levaria cerca de 20 minutos para remove-lo. Depois de angustiosa indecisão, o Dr. Puahrich resolveu pedir a Arigó para extirpar o lipoma. Foram feitos todos os preparativos para a filmagem do evento. Quando Puahrich chegou à clínica, na manhã seguinte, Arigó virou-se para os pacientes, que já enchiam a sala e perguntou: “Alguém ai tem um bom canivete brasileiro para usar neste americano”? De todos os lados apareceram canivetes. Arigó escolheu um e voltou-se para o paciente: “Arregace a manga, doutor e olhe para lá”. O americano declarou mais tarde: “Nada senti. Não podia acreditar no que aconteceu, entretanto acontecera, pois, quanto a isso, não pode haver mais dúvida”. O filme de Rizzini ficou muito nítido e mostrou que a operação durou exatos cinco segundos. Apesar de todos os benefícios que Arigó levou aos seus semelhantes, foi preso duas vezes acusado de charlatanismo, porém prosseguiu em sua missão mesmo dentro da prisão. Arigó teve um sonho em que previa para breve a sua passagem para o plano espiritual, através de morte violenta. Às 12:23h do dia 11 de janeiro de 1971, o médium Zé Arigó, ao voltar de um sítio perto de Congonhas do Campo - MG, foi acometido por um mal súbito que o fez perder repentinamente o controle do carro que, passando para a contramão, bateu de frente em outro veículo. Devido a violência do choque, sofreu traumatismo cerebral, vindo a falecer. O valoroso Arigó, que durante duas décadas curou ou amenizou enfermidades e males de milhares de pacientes, passava assim para o mundo dos espíritos.
Fontes:
Médiuns, Espíritas e Videntes de Frank Renault