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Grandes Nomes do Espiritismo

Amália Domingo Soler

Nasceu em 10 de novembro de 1835, na cidade de Sevilha, Espanha. Foi figura de grande destaque no espiritismo espanhol, tendo a sua fama ultrapassado as fronteiras da península ibérica e atingido países americanos de fala espanhola. No Brasil tornou-se conhecida pela obra "As Memórias do Padre Germano", verdadeiro repositório de ensinamentos dos mais vivificantes. Amália não nasceu num lar risonho e sua vida foi entrecortada de dores físicas e morais, entretanto, ela tudo suportou, compreendendo que as tribulações da vida terrena são imperativos da lei divina, impostas aos homens pelas transgressões de vidas pretéritas. As adversidades do caminho nunca constituíram entraves à sua persistente luta para projetar os ensinamentos da Doutrina Espírita na Espanha do século passado. Com a idade de dez anos, começou a escrever; aos dezoito já publicava poesias. No propósito de melhor poder difundir seus escritos, transferiu-se para Madri onde trabalhou de forma tão intensa que ficou completamente cega. Debalde procurou consolo no seio das religiões tradicionais. Os conceitos da vida no além-túmulo, apregoados não preenchiam o imenso vácuo que existia em sua alma. Um dia, através do periódico "El Critério", editado pela Federação Espirita Espanhola, tomou conhecimento do Espiritismo. Dali em diante os seus escritos, que apenas expressavam amargura, passaram a constituir uma fonte de consolação. Havia compreendido, afinal, que os sofrimentos experimentados nesta vida, são heranças de faltas cometidas em vidas pretéritas e que, embora muitas pessoas tenham diante de si horizontes sombrios, devem-se compenetrar que Deus é pai de misericórdia e de amor, sempre pronto a dar sustentação às almas que sofrem. Os cognomes de "Poetisa das Violetas" e "Cantora do Espiritismo" lhe foram outorgados, pois o seu nome projetou-se de tal forma que ela se tornou, de direito e de fato, uma das mais apreciadas poetisas de seu tempo. Animada de profunda fé em Jesus Cristo e nos benfeitores espirituais, conseguiu um dia recobrar a visão. Eis seu relato: “Bela manhã, estando eu em casa, senti doloroso e estranho fenômeno: pareceu-me que minha cabeça se tinha enchido de neve, tal o frio intenso que senti. Prestei atenção e acreditei ouvir esta breve palavra: LUZ... LUZ... LUZ... para a minha alma e para os meus olhos: gritei movida por inexplicável impressão LUZ necessito, meu Deus. E sem saber por que chorei, não com amargura desconsolada, pelo contrário, aquelas lágrimas pareciam que davam vida. Sem dar conta do que fazia, encaminhei-me para um espelho, numa exclamação de júbilo e de assombro indescritível ao ver meus olhos perfeitamente abertos como há muito não os podia ver, pois que sempre os tinham com as pálpebras caídas, o que me impossibilitava de ver. Haveria chegado a hora da minha liberdade? perguntei em alta voz; julgando que alguém pudesse me responder. Sim, murmurou uma voz longínqua. Louca de contentamento corri para o médico que me disse; Amália, graças a Deus, a partir de amanhã poderás trabalhar, porém, sem excessos". Amália foi uma mulher singular. Era um exemplo vivo de firmeza, de fé e de amor na defesa dos ideais que esposava. Em novembro de 1878 rebateu acusações lançadas contra o Espiritismo pelo cura da Capital na "A Gazeta de Catalunha”. Nessa defesa, escreveu uma série de cinquenta e dois artigos. Luiz Llach, seu protetor e amigo, propôs editar uma revista de cunho jornalístico. Nessa época ela enviava colaborações para as publicações "El Critério", de Madri, e "El Buen Sentido", de Lérida. Llach, no entanto, reclamou sua colaboração em Barcelona, para onde ela se dirigiu carente de recursos e com a vista bastante fraca. Ali foi apresentada ao editor Torrents, que se prontificou a financiar uma revista dedicada à mulher espirita, sendo ela convidada a dirigi-la. Surgiu então o periódico "La Luz dei Porvenir", no dia 22 de maio de 1879. Após a publicação do terceiro número, teve sua publicação suspensa por ordem das autoridades eclesiásticas, que nesse tempo exerciam o papel de policiamento das publicações religiosas. Essa atitude do clero católico não a intimidou e, no dia 22 de junho do mesmo ano, quando deveria aparecer o 4° número de "La Luz dei Porvenir", ela fez aparecer "O Eco da Verdade", no mesmo formato. Dessa nova publicação saíram quinzenalmente 26 números, até o dia 4 de dezembro, quando foi levantada a punição ao primeiro órgão, que a partir de então voltou a circular novamente. Em novembro de 1899 "La Luz dei Porvenir" começou a sofrer intermitências em sua publicação devido à crise que assolou a vida desse famoso periódico. Nem por isso Amália esmoreceu. Seus escritos eram enviados para o México, Cuba, Itália, Venezuela e Argentina, servindo de material para importantes publicações editadas naqueles países. Até sua desencarnação, foi assolada por grandes dissabores. O decesso de Luiz Llach fez com que a responsabilidade da Sociedade A Boa Nova pesasse sobre seus frágeis ombros. As convulsões políticas e sociais que avassalavam sua pátria, incidiam sobre a débil economia com que sustentava sua querida revista. Logo em seguida desencarnou o seu grande colaborador Eudaldo Pagés y Comas — o médium das comunicações das "Memórias do Padre Germano" e do "Perdoo-te". Sentiu-se então desamparada, embora seu Espírito vibrante e amante do trabalho continuasse a manter acesa a chama do seu ideal, fazendo-o até 29 de abril de 1909, data em que suas energias se esgotaram por completo e ela retornou ao plano espiritual.

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Fontes:
https://www.yumpu.com/pt/document/read/36846867/antanio-de-souza-lucena-e-paulo-alves-godoy-viasantos

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