João Nunes Maia nasceu em 10 de novembro de 1923 na cidade de Glaucilândia no norte de Minas Gerais. Cursou apenas a escola primária rural e desde jovem começou a sentir as manifestações da mediunidade. Conversava sozinho e era tido como “estranho” pelos irmãos, trazendo angústia e aflição para João e seus pais. Sua mãe, muito religiosa, procurou a ajuda de dona Lozinha, conhecida benzedeira que já auxiliara diversas pessoas da região com problema semelhante.

João Nunes passa então a frequentar as reuniões mediúnicas realizadas na casa de dona Lozinha e esta, mediunizada, alerta-o sobre as tarefas futuras que o aguardam e também sobre a necessidade de conhecer as obras de Allan Kardec. João Nunes compra os livros básicos da Doutrina e viaja para a Fazenda Brejinho, onde estuda por quase um ano.

O médium, recém-desperto, sentia imensa necessidade de escrever e até em suas viagens a cavalo ele o fazia.

Veio para a capital mineira em 1950, onde logo se integrou aos trabalhos assistenciais dirigidos por outros companheiros espíritas. Na capital se aprofundou no estudo da Doutrina dos Espíritos.

Conheceu Francisco Cândido Xavier, de quem se tornou amigo e discípulo. Encaminhado por Chico, começou a desenvolver sua mediunidade psicofônica, recebendo suas primeiras mensagens mediúnicas. Entre outras, recebeu uma mensagem do espírito Miramez, que informou ser seu orientador e mentor espiritual, além de conscientiza-lo sobre os compromissos assumidos por ele na espiritualidade.

João Nunes dedicou-se, então, às tarefas que foram surgindo, sempre ajudado pelos amigos espirituais, inclusive pelo Espírito Maria Nunes, sua mãe, com quem tem profundas ligações em encarnações passadas. Também contou com a ajuda de Dr. Bezerra de Menezes para formar vários grupos de trabalhadores espíritas no campo da assistência fraterna aos necessitados e na divulgação do Evangelho e da Doutrina dos Espíritos.

O interesse por ajudar culminou com a fundação da Sociedade Espírita Maria Nunes e depois foi ampliado com a criação da Editora Espírita Fonte Viva.

Psicografou diversos livros ditados pelo espírito Miramez, sempre focando o Evangelho de Jesus e buscando, nos preceitos de Allan Kardec e no tríplice aspecto da Doutrina: oferecer condições de entendimento e progresso moral para a humanidade.

Foram escritos mais de oitenta livros, todos com os direitos autorais doados à Editora Espírita Fonte Viva, também fundada por ele.

Entre suas grandes contribuições, destacam-se:

A criação, em 12 de abril de 1955, da Sociedade Espírita Maria Nunes (SEMAN). Iniciada com estudos evangélico-doutrinários e humilde distribuição de sopa aos necessitados, a SEMAN se ramificou em diversas atividades sociais e permitiu, através da Editora Fonte Viva, sua parceira, a edição de 62 livros psicografados que se espalharam pelo Brasil e vários outros países.

Criação da Campanha Nacional do Livro Espírita Gratuito, em 1958, pela qual viajou de caminhão por distantes regiões do Brasil no intuito de divulgar a Doutrina Espírita;

Em 1973, através do espírito de Franz Anton Mesmer, recebe a fórmula da Pomada Vovô Pedro, que cura males da pele;

Orientou pessoalmente centenas de médiuns em desequilíbrio, e psicografou os 20 volumes da coleção Filosofia Espírita;

Empenhou-se para que as instituições espíritas destacassem a qualificação dos seus trabalhadores, e participou da criação do primeiro programa espírita em rádio de Belo Horizonte;

Distribuiu, gratuitamente, no centro de Belo Horizonte, uma edição inteira (10 mil volumes) de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, da FEB;

Fundou e inaugurou a Livraria Espírita Mineira, da União Espírita Mineira, por solicitação e com a orientação de Francisco Cândido Xavier, e realizou a primeira Banca do Livro Espírita de Belo Horizonte;

Incentivou a abertura de Casas Espíritas em locais ainda desprovidos, além de ajudar na transição de casas de Umbanda para Casas Espíritas;

Foi o primeiro diretor doutrinário do Hospital Espírita André Luiz, em Belo Horizonte.

João Nunes Maia desencarnou em 04 de setembro de 1991 deixando uma obra sólida nas mãos de equipe preparada por ele mesmo sob a supervisão da Espiritualidade Maior, para que o trabalho de caridade realizado pela Sociedade Espírita Maria Nunes não tivesse fim.